Indignados com a postura intransigente do GDF, o funcionalismo público do Distrito Federal reforça a possibilidade de deflagração de greve por tempo indeterminado. De acordo com o Fórum em Defesa do Serviço Público, várias categorias já estão com indicativo de greve marcado para a próxima semana, e o número deve aumentar. Isso porque o governador Rollemberg afirmou que pagará o reajuste dos salários dos servidores e outras pendências financeiras apenas em maio 2016. O recado foi dado aos sindicatos que representam os servidores do DF em reunião no Palácio do Buriti, nesta quinta-feira (1).
Sem discutir com a categoria, Rollemberg vinculou o pagamento da dívida com os servidores à aprovação do pacote de medidas de ajuste fiscal anunciado pelo GDF no início deste ano. No pacote estão o aumento da tarifa de transporte coletivo, do IPTU, do IPVA, da taxa de limpeza urbana, entre outros pontos.
Além dessa condição, o governador do GDF já havia dito que o pagamento do reajuste salarial dos servidores só seria possível caso a Câmara Legislativa do DF aprovasse o projeto de lei do Executivo local que permite utilizar o superavit do Iprev (Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal) para quitar a dívida com o funcionalismo. Em tempo recode, foi garantida a aprovação do texto na Casa, realizada nessa terça-feira (29). Segundo Rollemberg, com a aprovação do PL, o pagamento do reajuste dos servidores seria feito em janeiro de 2016, data nova e arbitrariamente modificada pelo governador.
Para o coordenador do Fórum em Defesa do Serviço Público e secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, o adiamento do reajuste dos salários dos servidores representa uma afronta aos direitos trabalhistas. “O governador quer manobrar politicamente os reajustes dos servidores jogando eles para maio de 2016. Desta forma, ele tenta anular as campanhas salarias do próximo ano, prejudicando uma batalha de anos e anos dos servidores”, avalia o dirigente.
Rodrigo Rodrigues ainda reforça o repúdio às medidas do GDF. “Para avançarmos nas negociações, se é que existe negociação, é importante deixar claro que nós não apoiamos e nem aprovamos essas medidas. O mínimo para nós era podermos discutir a proposta em assembleia com a categoria. Isso não foi possível pela falta de vontade do governo em negociar. O que nos foi colocado foi uma condição de extrema urgência e imposição do tempo para a operação acontecer e serem pagos o 13ºsalário dos servidores”, ressalta o dirigente.
Uma nova reunião entre GDF e Fórum em Defesa do Serviço Público está agendada para o dia 6, terça-feira, às 9h, no Palácio do Buriti.
“Na próxima reunião nós esperamos que o governo nos apresente uma resposta concreta das nossas reivindicações para, em seguida, levarmos para avaliação das categorias. Mas se não houver avanços nessa ‘proposta’, não há acordo. Os professores já estão com indicativo de greve como outras tantas categorias”, avisa a diretora do Sinpro-DF (Sindicato dos Professores do Distrito Federal), Rosilene Corrêa.
Fonte: CUT Brasília
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