Inflação em baixa
O principal grupo responsável pela inflação foi o da Saúde (1,40%), com contribuição da ordem de 0,19 pp. na taxa deste mês. Aqueles que colaboraram para uma menor taxa foram Transporte (-0,26%) e Alimentação (-0,16%), que, juntos, contribuíram com -0,09 pp. no cálculo do índice.
Na Saúde (1,40%), a alta se deu no subgrupo da assistência médica (1,74%), resultado dos reajustes praticados pelos seguros e convênios médicos (1,92%) e pelas consultas médicas (1,16%). Os medicamentos e produtos farmacêuticos (0,02%) pouco alteraram seus valores.
O aumento na Despesa Pessoal (0,43%) ocorreu no subgrupo da higiene e beleza (0,80%), uma vez que o item fumo e acessórios (-0,02%) apresentou pequena deflação. Quanto ao grupo Equipamentos Domésticos (0,17%), todos seus subgrupos tiveram taxas pequenas, porém positivas: móveis (0,37%), rouparia (0,31%), utensílios domésticos (0,06%) e eletrodomésticos (0,04%).
Quanto à queda no grupo Transporte (-0,26%), esta se deve à deflação no subgrupo individual (-0,64%), consequência da queda nos combustíveis (-1,23%), tanto no álcool (-3,67%) como na gasolina (-0,29%). A taxa positiva no subgrupo coletivo (0,55%) deve-se ao reajuste, a partir da 2ª semana de fevereiro, dos seguintes serviços: trem (2,59%), metrô (2,66%) e ônibus intermunicipal (4,49%).
As taxas dos subgrupos da Alimentação (-0,16%) foram: produtos in natura e semielaborados (-0,46%), produtos da indústria alimentícia (-0,17%) e alimentação fora do domicílio (0,50%).
Nos produtos in natura e semielaborados, a desagregação de seus itens revela os seguintes comportamentos:
• Peixes e frutos do mar (11,01%) – com acentuado aumento no camarão (16,96%);
• Hortaliças (6,86%) – com subida de todos os produtos;
• Grãos (3,05%) – com alta no feijão (9,09%) e queda no arroz (-0,39%);
• Raízes e tubérculos (1,35%) – com aumento na cebola (11,46%) e taxas relativamente pequenas nos demais bens;
• Aves e ovos (-2,20%) – com queda nas aves (-2,98%) e alta nos ovos (1,51%);
• Carnes (-3,19%) – queda em ambos os itens: bovina (-3,27%) e suína (-1,38%); e
• Legumes (-8,39%) – com acentuada queda no tomate (-17,22%).
No subgrupo da indústria da alimentação (-0,17%), os valores apresentaram grande estabilidade, porém, chama atenção a queda no açúcar, de -5,90%. Na alimentação fora do domicílio (0,50%), os reajustes foram semelhantes em seus itens: refeição principal (0,49%) e lanches (0,52%).
Índices por estrato de renda
Além do índice geral (0,13%), o Dieese calcula mais três indicadores de inflação, segundo tercis da renda das famílias paulistanas1. Em fevereiro, as taxas foram positivas e crescentes segundo o poder aquisitivo: estrato 1 (0,04%), estrato 2 (0,06%) e estrato 3 (0,18%). Estas taxas, em relação às de janeiro, apontaram as seguintes quedas: 1º estrato (-0,86 pp.), 2º (-0,90 pp.) e 3º (-1,40 pp.).
Resultados da inflação nas taxas por estrato
As taxas inflacionárias por estrato de renda são resultado da forma de despender das famílias, segundo seu poder aquisitivo, relacionado com as diversas variações de preços dos bens e serviços.
As contribuições dos aumentos na Saúde no cálculo da inflação tiveram origem no subgrupo da assistência médica, vindo a afetar mais as famílias de maiores rendas. Seus impactos foram crescentes com o poder aquisitivo: 1º estrato (0,12 pp.), 2º estrato (0,16 pp.) e 3º estrato (0,23 pp.).
A queda no Transporte, proveniente da diminuição nos preços dos combustíveis, beneficiou mais as famílias pertencentes ao 2º estrato (-0,02 pp.) e 3º estrato (-0,06 pp.). As do 1º estrato (0,02 pp.) tiveram contribuição positiva, resultado da alta no transporte coletivo.
A queda no grupo Alimentação resultou em baixa no cálculo das taxas do 1º (-0,13 pp.) e 2º (-0,11 pp.) estrato de renda. Já no 3º (-0,01 pp.), houve pouca alteração.
Inflação acumulada
A inflação geral, nos últimos 12 meses, de março de 2011 a fevereiro de 2012, acumula alta de 5,83%; e cresce à medida que a renda aumenta: estrato 1 (4,98%), estrato 2 (5,07%) e estrato 3 (6,32%). Tendência semelhante ocorreu neste primeiro bimestre de 2012, com taxa geral de 1,45%; e seu comportamento apontou aumento a medida que cresce o poder aquisitivo das famílias: estrato 1 (0,94%), estrato 2 (1,02%) e estrato 3 (1,76%).
Comportamento dos preços neste 1º bimestre de 2012
Acima de 1,45%, que corresponde à alta deste bimestre, observaram-se os grupos: Educação e Leitura (7,22%), Saúde (2,36%), Despesas Diversas (2,09%) e Habitação (1,99%). Três grupos tiveram taxas pequenas e positivas: Despesas Pessoais (1,32%), Alimentação (0,44%) e Recreação (0,29%); outros três apontaram deflação em seus preços: Vestuário (-0,26%), Equipamentos
Domésticos (-0,32%) e Transporte (-0,42%)
Quanto aos aumentos da Educação e Leitura, estes, de um modo geral, já foram reajustados neste início de ano e não devem modificar muito seus preços até o final de 2012. As maiores taxas acumuladas neste bimestre foram: educação infantil (10,17%), ensino fundamental (10,01%), ensino médio (9,88%), livros didáticos (9,19%) e jornais (8,45%).
Na Saúde, a assistência médica (2,85%) foi o subgrupo com maior reajuste, notadamente nos seguros e convênios (3,19%) e nas consultas médicas (1,67%). Estes reajustes preocupam, uma vez que, costuma-se observar alterações em seus valores durante todos os meses do ano.
Na Alimentação (0,44%), nota-se que esta teria sido menor caso o subgrupo da alimentação fora do domicílio (1,73%) não tivesse pressionado a taxa deste mês. Os demais subgrupos pouco alteraram seus valores: produtos in natura e semielaborados (0,09%) e bens da indústria alimentícia (0,13%).
A taxa negativa do Transporte (-0,42%) deve-se ao subgrupo individual (-1,06%), resultado da queda nos combustíveis (-1,85%). O que pode ocorrer nos próximos meses é um maior aumento dos serviços de transporte coletivo (0,97%), em virtude, principalmente, do reajuste da tarifa do ônibus municipal.
Comportamento dos preços nos últimos 12 meses
A taxa anualizada em fevereiro (5,83%) apresentou queda em relação à de janeiro (6,12%), com diferença de 0,29 pp.. Dos 10 grupos que compõem o ICV, três apresentaram taxas superiores a 5,83%, a saber: Saúde (8,76%), Educação e Leitura (8,20%) e Alimentação (6,38%); outros dois com taxas no patamar do índice geral: Habitação (6,05%) e Despesas Diversas (5,23%). Variações menores foram observadas nos grupos: Despesas Pessoais (4,42%), Transporte (3,38%), Vestuário (3,28%), Recreação (1,06%) e Equipamentos (-2,60%).
No grupo Saúde (8,76%), as taxas de seus subgrupos foram distintas: maior para a assistência médica (9,90%) e menor para os medicamentos e produtos farmacêuticos (4,19%). Os itens que mais subiram foram: internação hospitalar (20,80%), seguros e convênios (10,37%) e consultas médicas (7,88%).
A taxa anual no grupo da Educação e Leitura (8,20%) foi agravada pelos reajustes nos subgrupos educação (8,24%) e leitura (7,46%). Na educação, as maiores variações foram detectadas nos livros didáticos (9,19%), cursos formais (8,55%) e cursos diversos (7,64%). Na leitura, o aumento se deu nos jornais e revistas (8,06%).
Na Alimentação (6,38%), as taxas de seus subgrupos foram elevadas na alimentação fora do domicílio (8,74%) e nos bens da indústria alimentícia (6,69%); os produtos in natura e semielaborados (5,01%) subiram menos que o ICV de 5,83%.
O grupo Habitação (6,05%) não apresentou diferenças acentuadas em seus subgrupos: locação, impostos e condomínio (7,32%), operação do domicílio (5,17%) e conservação (6,91%). Porém, as taxas de seus itens foram distintas, variando entre 4,61% no material de construção até 12,46%, para os serviços domésticos.
Embora as taxas dos demais grupos tenham sido pequenas ou mesmo negativas, seus subgrupos acusaram comportamentos distintos, ou seja, com reajustes entre -5,17%, para os eletrodomésticos, até 8,20%, para o subgrupo higiene e beleza.
Análise das séries anualizadas
A construção das séries anualizadas busca entender não só questões de sazonalidade nos preços, mas também permite detectar os motivos de altas e baixas dos valores de um conjunto de bens e serviços que compõem os grupos do ICV. Esta análise contempla cinco grupos, que respondem por 89,65% na composição dos gastos familiares, são eles: Alimentação, Transporte, Saúde, Educação e Habitação, os demais grupos – Vestuário, Equipamentos Domésticos, Recreação, Despesas Pessoais e Despesas Diversas – pesam apenas 10,35% e as oscilações de seus preços pouco alteram o índice geral.
A observação da série Geral sugere que há quatro períodos com diferentes níveis de preço, a saber:
• 1º – de jan/10 a out/10, ocasião em que sua taxa situa-se em torno de 5,50%;
• 2º – de nov/10 a mar/11, quando altera o nível geral de preços para taxas da ordem de 6,50%;
• 3º – abr/11 a set/11 as taxas ultrapassam a barreira de 7,00% e atingem o pico da série em set/11 com 7,45%; e
• 4º – out/11 a fev/12, com taxas anuais declinantes, quando fecha a série com 5,83%, patamar similar ao 1º período.
O grupo Alimentação responde com 29,48% na composição do índice Geral, portanto, alterações em seus preços necessariamente refletem na inflação total. A observação dos 26 meses aponta que, em apenas quatro, a taxa dos alimentos ficou ligeiramente inferior à Geral. Ambas as séries obedecem à mesma tendência, porém em níveis distintos, os alimentos em patamares bem superiores, principalmente no período compreendido entre nov/10 a set/11, com diferenças de até 5,32 pp. em janeiro de 2011. Os motivos apontados por esta ocasião foram encontrados nas altas acentuadas do feijão e das carnes ocorridas ao longo de 2010. No último período (out/11 até fev/12), as tendências de ambas as séries são declinantes, sendo mais acentuada na dos alimentos.
Quanto à série do Transporte, que pesa 15,32%, as variações de preços no início de 2010 ficaram semelhantes ao índice geral, exceto nos três primeiros meses, ocasião em que superaram na inflação. A partir de set/10 cai acentuadamente até fev/11, quando salta para o patamar de 6,82% em mar/11 e atinge seu ponto máximo em abr/11 (11,55%). As causas encontradas por esta ocasião foram os reajustes nos preços dos combustíveis com altas exorbitantes. Apesar das taxas elevadas, a partir de mai/11 elas apresentam tendência de forte queda, fechando a série em fev/11 com taxa de 3,38%.
A Saúde pesa na composição do ICV 13,85%, suas variações, ao longo da série, oscilam acentuadamente em relação ao patamar inflacionário. No período entre jan/10 (4,99%) até jul/10 (8,22%), sua tendência é de alta. O inverso ocorre a partir de ago/10 (7,27%), com taxas declinantes, quando se atinge o menor valor em mar/11 (3,18%). Novamente, há um movimento de alta com o maior percentual em fev/12 (8,76%). As taxas menores observadas na Saúde, sob certo aspecto, amortizaram a alta inflacionária com origem nos grupos Alimentação e Transporte.
Os gastos na Educação respondem com 8,19% no cálculo do ICV, suas variações são relativamente sazonais, com altas mais acentuadas no início de cada ano, seguidas de certa estabilidade em sua série. Suas taxas, que estavam entre 5,30% (nov/10) e 6,32% (ago/11) ao longo destes dois anos, nestes dois primeiros meses de 2012 sobem para um patamar bem superior e atinge seu ponto máximo em jan/12 de 8,36%.
Por fim, a Habitação, que pesa 22,81% no cálculo da inflação, teve suas taxas até abr/11 próximas ao ICV, ou seja, com valores em torno de 6%. Deste mês em diante, a série apresenta taxas declinantes até o final de 2011, quando atinge seu mínimo em dez/11 (4,40%); este comportamento pode ser atribuído às poucas alterações nas tarifas públicas. Neste início de 2012, observa-se nova alta que tem como origem o reajuste dos serviços domésticos.
A observação destas séries permite afirmar que altas na Alimentação e no Transporte foram as grandes responsáveis pelas alterações no ICV, contaminando os demais grupos que compõe este índice, os quais justificam seus reajustes pelo patamar inflacionário vigente.
(Fonte: Dieese) https://credit-n.ru/order/kreditnye-karty-citibank.html https://credit-n.ru/offers-zaim/greenmoney-online-zaymi-za-20-minut.html https://credit-n.ru/order/zaymyi-kredito24.html