Helder Molina (*)
Sobre a a violência e a estupidez de Pinheirinho, remeto-me ao livro “A banalidade do mal”, da filosofa judia Hannah Arendt. Ela diz que os carrascos nazistas diziam não sentir pena, emoção, remorso, alegria ou tristeza, em executar os judeus nas câmaras de gás. Diziam que estavam “cumprindo com seu dever”.
Cumprir o dever, como diria Kant, era o”imperativo categórico”. Diz Arendt, que, para o “cumpridor de deveres”, roubar, violentar, e matar uma, ou milhões de pessoas, são atos logicamente compatíveis com a categoria “dever”.
E que não poderia haver tréplica possível a este argumento. Por esta ideologia, não há raciocínio moral minimamente superior à noção de cumprimento de ordens. Que seus juízos são rudimentares. Que na sua “filosofia moral” as consequências das ordens recebidas são irrelevantes, mesmo a custo de vidas humanas
A polícia militar de SP, a justiça e seus oficiais, o Estado de classe, o governador, a mídia, ao destruirem violentamente a comunidade de Pinheirinho (a identidade e o espaço físico), em São José dos Campos, apenas “cumpriam ordens”, e a “vontade moral legítima” do grande capital, representado por Naji Nahas e sua “massa falida”.
Os defensores da perversidade social, da limpeza étnica, e do dever moral de defender a propriedade privada, não são burros. Eles são hegemônicos na estrutura social e política do país.
Defendem interesses. São competentes e preparadas. Os argumentos banais servem para justificar as perversidades sociais. As vítimas viram culpadas. Por essa lógica perversa, o direito à propriedade, é superior ao direito à vida.
Rio de Janeiro, 07/2/2011.
Helder Molina,
(*) Historiador, mestre em Educação, doutorando em Políticas Públicas e Formação Humana, professor de Faculdade de Educação da UERJ, educador e pesquisador sindical – professorheldermolina@gmail.com https://credit-n.ru/order/kreditnye-karty-vostok-bank-card.html https://credit-n.ru/offer/kredit-nalichnymi-citycredits.html https://credit-n.ru/order/zaymyi-oneclickmoney.html